2000 - Subsolo Infinito

Esta é a história de um homem que tenta fazer um pacto com o demônio, enredo que por si só já nos afastaria do terreno do humor. Mas Nelson de Oliveira ( Naquela época tínhamos um gato , 1998) parece ignorar que os pactários são dramáticos, pois cria um narrador-personagem que às vezes dá a impressão de ser debochado, cínico e até meio trapalhão. Aparentemente num surto de amnésia, esse homem de classe média e boa formação intelectual perde a noção da própria identidade. Dorme então com uma mulher que não é a sua e vai trabalhar num escritório que não é o seu. Quando o apartamento em que mora pega fogo, passa a viver como mendigo nas ruas de São Paulo. Conhece então um jovem andrógino – José Maria José – que ora é homem, ora é mulher. Apaixona-se e segue-o(a) numa estranha expedição que começa num respiradouro do metrô e o porá em contato, por exemplo, com seres sobrenaturais, povos antropófagos e exércitos de mortos-vivos. Desdobrando-se numa sucessão rápida de acontecimentos, a história desse pactário pode ser desconcertante: o que está sendo narrado são eventos fantásticos? Ou são as fantasias de uma mente esquizofrênica? Subsolo infinito reserva surpresas ao leitor.

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