2007 - Yemanjá
No dia 2 de fevereiro as praias brasileiras ficam lotadas por conta das homenagens prestadas a Yemanjá, entidade do Candomblé, e, para entender melhor a origem desse mito, o livro Yemanjá, da baiana Carolina Cunha, publicado por Edições SM, conta de forma divertida a lenda da deusa da água e mãe de todas as coisas. A obra é repleta de coloridas ilustrações – desenhadas pela própria autora – que remetem ao mundo de fortes tonalidades da cultura africana.
Dois contos narram passagens importantes sobre a vida dessa “mulher de rara beleza”, símbolo da fartura, da feminilidade e da fertilidade. O primeiro deles descreve a passagem da Rainha do mar pela terra, ao se casar com a entidade da adivinhação, Orumilá-Ifá, e depois com Erinlé, um caçador de elefantes que provocou a ira de Yemanjá e sua volta ao mar.
Outra narrativa traz a história de um lavrador de favas que, ao colhê-las e deixá-las secar ao sol, é roubado. Ao tentar desvendar o mistério do sumiço de suas vagens, o agricultor se encontra com Yemanjá, a quem oferece comida e em troca, por muito tempo, sua fazenda foi a mais abastada da região.
Yemanjá é parte da Coleção Okú Láilái, repertório de lendas clássicas da cultura e religião africanas dos povos yorubás, indicado para leitores de todas as idades (a partir dos 8 anos) que queiram saber e aprender ainda mais sobre os conceitos e crenças que regem o mundo desses personagens.
Sobre a autora e ilustradora – Carolina Cunha é baiana de Salvador, onde se conserva mais puro o legado Yorubá fora da África. Atraída pelos mistérios dos encantos africanos desde menina, acabou se tornando pesquisadora de línguas e artes africanas no Brasil. Em 2002, publicou Aguemon, seu primeiro livro. Pela SM lançou Caminhos de Exu, na Coleção Barco a Vapor, em 2005. Com Yemanjá, a autora apresenta o mundo mágico das águas primordiais.